Introdução
A maioria das novas startups criadas sai do mercado nos primeiros anos. Este é um dado estatístico que costuma estar muito relacionado à forma como os empreendedores conduzem a administração dos negócios.
Embora existam inúmeros erros que eles possam cometer ao longo da existência das startups, trazemos a você neste artigo os principais erros que costumam ser praticados.
É importante frisar, no entanto, que os 5 erros abaixo são cometidos por falhas na administração das startups. Portanto, uma boa ideia na cabeça, não necessariamente se transformará num empreendimento multimilionário.
Vamos aos 5 erros:
1 – A ideia não resolve um problema
Como dissemos acima, uma ideia brilhante não implica necessariamente que ela possa ser transformada em negócio e comercializada com sucesso.
Infelizmente, a cultura moderna do empreendedorismo coloca muita ênfase no pensamento criativo e no brainstorming como sendo as únicas chaves para o sucesso. Esta ênfase está equivocada.
Por mais genial que a ideia possa parecer, ela não prosperará se não trouxer consigo a satisfação da necessidade específica de um grupo grande o suficiente para fornecer um crescimento escalável.
Não adianta focar demais no desenvolvimento da ideia e deixar de testar sua validade. Ou seja, é preciso verificar se a ideia resolve algum problema existente e se há clientes em potencial que permitam explora-la comercialmente.
Portanto, além de uma ideia revolucionária, a administração e o estudo do grau de atendimento do problema específico devem ser focados.
2 – Pesquisa insuficiente de competição
É uma completa ilusão, por parte de uma startup, achar que seu tipo e negócio é o primeiro a ser apresentado ao mercado. É também inocência achar que ninguém nunca tentou fazer o mesmo antes.
São poucos os empreendedores que procuram informações sobre o nível atual de concorrência. Esta investigação deve ser constante, haja vista que a todo momento novas empresas surgem com ideias muito parecidas ou semelhantes.
Ou, ainda, empresas maiores e líderes em outros mercados podem se interessar pelo nicho específico da startup. Por serem grandes e disporem dos recursos necessários, estas empresas podem entrar facilmente no mercado.
Tocar a administração de uma startup sem monitorar a evolução da concorrência é um erro que costuma cobrar um preço muito alto e pode minar os planos futuros.
Nesse caso, é preciso que os empreendedores realizem análises competitivas periódicas para descobrir quem mais pode estar tentando entrar no mesmo nicho.
3 – Redução dos custos de testes e garantia da qualidade
Em muitos negócios, costuma-se observar muita pressa para iniciar comercialmente as atividades.
Este açodamento por parte da administração da startup pode implicar na redução do tempo que seria necessário para realizar testes com o produto/serviço. A garantia da qualidade também tende a ser comprometida, em nome da pressa por iniciar as atividades.
Economizar com protótipos ou na garantia da qualidade nos estágios iniciais do negócio poderá impactar negativamente a startup. Reembolsos, recalls ou altas taxas de reclamações dos clientes são apenas alguns dos exemplos decorrentes deste erro.
A insatisfação de clientes com a qualidade do produto e/ou serviço tende a ser muito negativa para qualquer tipo de negócio. Para uma startup recém-criada, então, poderá ser devastadora.
Neste caso, é preferível que se gastem mais recursos e tempo para a realização de todos os testes necessários. Assim, a administração estará evitando má reputação e críticas negativas logo nos primeiros passos do negócio.
4 – Experiência insuficiente da equipe
O processo criativo de uma startup costuma envolver muita paixão e dedicação por parte de toda a equipe.
No entanto, acreditar que apenas este impulso emocional será suficiente para tocar os negócios, é um erro que custa caro ao empreendimento, como um todo.
É óbvio que a motivação oriunda desta paixão traz consigo uma importância significativa para o desenvolvimento da startup. Porém, é necessário que todos os componentes possuam os conhecimentos e a experiência específicos dos negócios.
Os conhecimentos técnicos e as habilidades gerenciais da administração da startup são imprescindíveis durante os primeiros anos do negócio.
Esta conclusão é bastante válida, uma vez que na fase inicial, nem todas startups dispõem de recursos para a contratação de profissionais que poderiam suprir a ausência dos referidos conhecimentos. O aumento da equipe só costuma acontecer nos estágios posteriores do empreendimento.
Portanto, a equipe fundadora da startup deve buscar constantemente a ampliação dos talentos inatos, bem como da expertise acumulada. Não basta apenas saber gerenciar outras pessoas.
Se a startup se encontra num nicho novo, principalmente, há ainda a curva de aprendizado, que não deve ser subestimada. Existem muitas armadilhas não previstas e que precisam da familiarização por parte da equipe.
5 – Desalinhamento entre o financiamento e os requisitos de crescimento
A “desculpa” utilizada pela maioria dos empreendedores que falharam na condução dos negócios costuma ser: o financiamento foi insuficiente.
Esta justificativa tende a ser utilizada, até mesmo, por aqueles cujas falhas foram decorrentes de outras causas que em nada estavam relacionadas com a questão do financiamento.
Acreditar que a captação de financiamento é uma variável inteiramente fora do alcance dos empreendedores costuma ser um erro muito recorrente e falso.
A grande verdade é que os recursos não estarão disponíveis àqueles que não possuem a capacidade de atrai-los.
Tal “poder de atração” passa pela boa construção de relacionamentos com futuros investidores, bem como pela capacidade de lançar o projeto com sucesso para investidores potenciais. E não apenas nos estágios iniciais dos negócios, mas durante toda a existência do empreendimento.
Portanto, a busca pelo aperfeiçoamento das habilidades de negociação e do aumento da capacidade de demonstração do potencial do projeto são primordiais para aqueles que se dispõem à nobre arte da administração de negócios.
Conclusão
Neste artigo você viu que, entre diversos tipos, existem 5 principais erros que fazem as startups falharem.
Descobriu que, mesmo dispondo de uma excelente ideia, os empreendedores precisam verificar se ela atende necessidades específicas do público-alvo almejado pela startup.
Verificou que, por inocência ou despreparo, muitos empreendedores não tomam o cuidado de investigar os níveis de concorrência existentes no seu nicho e acreditam que são os primeiros a apresentar soluções para problemas específicos.
Aprendeu que cortar custos na execução de testes iniciais ou no controle de garantia de um produto/serviço pode acarretar em má reputação da startup nos anos iniciais e culminar no encerramento das atividades.
Tomou conhecimento de que apenas o fator emocional não é suficiente para o sucesso de um negócio. É preciso que a administração possua conhecimentos técnicos e gerenciais, de modo a estar apta a enfrentar todos os obstáculos que possam surgir.
Viu que a questão do financiamento não está tão fora do controle dos empreendedores, como a maioria costuma pensar. É preciso ter a capacidade de construção de network com investidores-chave e saber apresentar os diferenciais do projeto.
É claro que os erros apresentados neste artigo não são os únicos que devem ser evitados pela administração das startups. Tudo irá depender do volume de concorrência e tipo de nicho onde o negócio atua.
Também é evidente que evitar a ocorrência destes 5 tipos de erros não necessariamente implicará em 100% de sucesso da startup. Sucessos e falhas são bastante difíceis de se prever com clareza.
Ter em mente as principais razões de falhas por parte das startups dará a você condições de elaborar um projeto com maiores chances de fundar um negócio bem-sucedido no futuro.
Portanto, mãos à obra!